Era
frio, muito frio.
Eu
nem conseguia entender como um balão conseguia ficar tão perto de um cacto.
O
cacto certamente iria furar o balão, ainda mais porque ventava e o balão balançava...
Só que nevava e a camada de neve cobria
o balão e o cacto; assim mesmo que o balão encostasse no cacto só conseguia bagunçar
a neve superficial. Jamais conseguiu furar.
(cacto) – Por que você não
vai embora? Eu te machuco todos os dias.
(balão) – Sabe, acho
que tenho um fio que me liga a você. Por isso estou aqui;
(cacto) – Quando não se
tem nada bom a se falar, melhor ficar calado.
(balão) – Eu nunca
entendi o porquê você me chamou até aqui, mas eu vim ...
(cacto) – Talvez porque
eu precisava de você naquele momento.
(balão) – E eu... Eu não preciso sentir
frio, eu posso voar. Mas escolhi ficar! Junto com você eu era a pessoa mais
feliz do mundo e nem precisava sair do lugar para isso.
Mas
nevava tanto que nem percebi quando seus olhos pararam de olhar para o meus...
E
assim o seu vaso caiu e o balão voou.
Tentei
voltar, mas você cacto, você estava congelado e eu não podia mais sentir o seu coração.
Eu
sei que você não sente nada, mas eu, eu sinto muito!