quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

O balão e um cacto

Era frio, muito frio.
Eu nem conseguia entender como um balão conseguia ficar tão perto de um cacto.
O cacto certamente iria furar o balão, ainda mais porque ventava e o balão balançava...  Só que nevava e a camada de neve cobria o balão e o cacto; assim mesmo que o balão encostasse no cacto só conseguia bagunçar a neve superficial. Jamais conseguiu furar.

(cacto) – Por que você não vai embora? Eu te machuco todos os dias.
(balão) – Sabe, acho que tenho um fio que me liga a você. Por isso estou aqui;
(cacto) – Quando não se tem nada bom a se falar, melhor ficar calado.
(balão) – Eu nunca entendi o porquê você me chamou até aqui, mas eu vim ...
(cacto) – Talvez porque eu precisava de você naquele momento.
(balão) – E eu... Eu não preciso sentir frio, eu posso voar. Mas escolhi ficar! Junto com você eu era a pessoa mais feliz do mundo e nem precisava sair do lugar para isso.

Mas nevava tanto que nem percebi quando seus olhos pararam de olhar para o meus...
E assim o seu vaso caiu e o balão voou.
Tentei voltar, mas você cacto, você estava congelado e eu não podia mais sentir o seu coração.
Eu sei que você não sente nada, mas eu, eu sinto muito!






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